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Mostrando postagens de 2012

Qual Deus é o seu?

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Muitos me perguntam sobre minha religião, ou se acredito na existência de Deus. Sempre respondo que religião não me serve de nada e que não acredito em ser supremo que conduz nossos passos pelo mundo, determina quando vai chover ou alguém vai morrer. Porém nunca encontro palavras o suficiente para defender minha tese de que acredito no amor entre as pessoas, e que isso de certa forma é algo divino. Sem precisar de mais nada. Encontrei em um jornal esta semana tudo o que sintetiza o que eu penso em relação ao transcendental, e a forma como devemos encarar a vida e as responsabilidades. Eis as palavras de Baruch Espinoza:  "Para de rezar e bater no peito! O que quero é que saia pelo mundo e desfrute sua vida. Que goze, cante, se divirta e usufrua tudo o que eu fiz por você. Para de ir a esses templos lúgubres, frios e escuros, que você construiu e crê ser minha casa. Minha casa está nas montanhas, bosques, rios, lagos e prais, onde vivo e expresso meu amor por você. Para de m

Tensão pré-TCC

Droga de TCC. Onde está... pronto! “Adaptação cinematográfica”, mas onde estava com a cabeça quando escolhi este tema? Deixa pra lá. É só concentrara que sai. Vamo lá. Introdução? Não, vou aproveitar o que eu já fiz no projeto. Vou começar por onde interessa. Cadê o fichamento do Mascarello? Tá aqui aquele artigo legal. Não entendo como eles conseguem publicar estas merdas. Bem, fazer o quê né? “Há muito tempo as adaptações são um... um... um...”, caramba! Que diabo de música é esta? Pronto! Janela fechada, sonzinho irritante terminado, agora sim. Pô, to que nem aqueles filmes do Buster Keaton e do Gordo e o Magro, nunca consigo começar a fazer o que quero. Mas aquele do piano, como é que chama mesmo? Ah, Entrega a domicílio . Engraçado pra caralho. Foda. Bom, mas aonde eu estava... Quem será que inventou que para se formar tem de fazer TCC? Deve ter sido aqueles nerds do tempo do onça. Voltando! Eu poderia falar da primeira adaptação, qual foi mesmo? Vinte mil léguas submarinas

Pretérito imperfeito

Queria ter sido Judas e ter recusado aquelas moedas Queria ter sido Airton Senna e ter freado antes da Tamborello Queria ter sido Hitler e ter desistido de todos os planos Queria ter sido Armstrong e ter contado a verdade sobre a lua Queria ter sido Pier Angeli e ter me casado com James Dean Queria ter sido Lee Harvey Oswald e ter errado o tiro Queria ter sido Michael Jackson e ter feito um tratamento Queria ter sido Stanley Kubrick e ter recusado dirigir Spartacus Queria ter sido Isaac Newton e ter ignorado a maçã Queria ter sido João Goulart e ter evitado o golpe militar Queria ter sido John Lennon e ter ficado em casa aquele dia Queria ter sido Daniela Perez e ter falado com a polícia Queria ter sido Barbosa e ter defendido o chute de Gighia Queria ter sido Albert Einstein e ter esquecido a teoria da relatividade Queria ter sido Raul Seixas e ter parado de beber Queria ter sido meu pai e ter para de fumar aos vinte anos

MÃE

Parece que foi ontem a primeira vez que olhei dentro de seus olhos e vi um pedaço de minha alma. Descobri o meu porto seguro, onde estaria protegido de tudo e todos. Cresci aprendendo o que era certo e o que era errado, mesmo que o errado fosse certo e o certo errado. Cultivei valores virtuosos e virtuosidades valorosas. Mas aos poucos fui entendendo que éramos pessoas diferentes. Tinha meus próprios conceitos sobre o maniqueísmo em que naturalmente somos obrigados a enfrentar. Percebi que nem tudo o que me dissera era um axioma de sabedoria e havia vários aspectos que se distanciavam da verdade. Quanto mais ia adentrando minha adolescência, desenvolvia uma opinião própria e segura. Porém, evitava o confronto com seu misticismo, achava que consentindo com suas afirmações estava mantendo o respeito para com sua pessoa. Mas o tempo avançou e finalmente concretizei a minha personalidade, escancarei minhas preferências. Revelei que não gostava de novelas, preferia os filmes. Comecei a fa

E QUANDO SENNA SAIU DE CENA...

.. .D eixou o dia primeiro de Maio muito mais soturno. Uma data comemorativa para todos os trabalhadores brasileiros perdeu um pouco do sentido depois que o país acordou chorando naquele Domingo triste. Ali, naquela fatídica curva tamborello na Itália, se foi com ele todas nossas esperanças. ..Imortalizou as lembranças de um homem que se tornou ídolo pela simplicidade e altruísmo. Qualidades que o fizeram transitar para o status de herói. Um esportista que tinha no sangue o talento para correr e uma força de caráter incomum no mundo bilionário da Fórmula 1. ...Levou consigo uma valorosa época em que o homem dominava a máquina e conquistava no braço o posto de grande esportista. Bem diferente do que acontece nos dias atuais, onde a máquina comanda o circo da competição. ..Foi-se um ídolo que empunhava mais que a bandeira brasileira a cada vitória. Empunhava o orgulho ferido de uma nação carente de grandes valores individuais no esporte. Elevava a admiração que o mundo um

Antissocial

Depois de alguns segundos ele saiu do carro. Jamais pensou que veria aquelas pessoas novamente. Logo na portaria do salão de festas que correspondia ao convite. Suava como nunca apertado em um terno que odiava usar, e um sapato cor-de-burro-quando-foge, que só havia usado na formatura, 10 anos atrás. Era dezembro e o calor, que odiava mortalmente ainda mais depois que fora morar na França, parecia milhares de vezes maior do que se lembrava. Assim que acabou de adentrar à festa, decidiu ficar na penumbra por alguns momentos para analisar sua antiga turma. Imaginou tudo o que poderia ter acontecido com seus antigos colegas. Sua visão era perfeita. As meninas que gostavam de aparecer continuavam a tentar ser o centro das atenções. Aquelas que se achavam superiores, as metidas a besta, se isolavam e se contorciam em gargalhadas esteriotipadas. Os rapazes, aqueles playboizinhos ainda conservavam sua imbecilidade, atestada pelo modo como dançavam. Aqueles que eram mais próximos, e que d

Os Homens do Futuro

O jovem havia entrado naquele barulhento ônibus que já deixava para trás o distrito em que foi criado. Estava ansioso pois estava indo encontrar com a garota por quem estava apaixonado. Era a primeira vez que conversariam de uma forma mais íntima. Quando marcou o encontro pensou que talvez ela desistisse, se daria conta de que era demais para aquele rapaz quase sem graça. Mesmo assim confirmou, e parecia que estava mesmo afim de responder aos seus sentimentos. Não se lembra muito bem de como aconteceu, mas de repente se viu em um cenário estranho, parecia a sua casa, porém com aspectos que não reconhecia. Olhou a sua volta se entender nada, tentava gritar, mas não conseguia. Tentou correr, não moveu nem um centímetro. Quando se desesperou, finalmente um sinal de vida entrava pelos seus ouvidos. _ Você está em seu sonho. Uma figura saiu das sombras e se aproximou. O jovem olhou assustado, era ele mesmo quem estava à sua frente. Um pouco mais gordo, com um sorriso estampado

Feliz dia Internacional da Mulher

Não existe homem sem a mulher. A dependência começa no berço e se estende até o fim da vida. Algum que não tenha em sua rotina um contato de importância elevada com alguma mulher que seja com certeza não é um ser humano normal. Elas vão dominar o mundo, dizem, mas duvido muito. O afeto e a solidariedade as fazem compartilhar, e não tomar, o posto de ser dominante. Lutaram desde meados século XX para deixarem de ser recessivas, não para virar a mesa, invertendo a equação preconceituosa que predominou por eras no planeta Terra. Não teria vindo ao mundo se a Dona Neuza não tivesse me concebido. Com ela dei os primeiros passos, aprendi o que é certo e errado, mesmo que o errado não fosse totalmente errado. Através de suas crenças e convicções fez de mim uma criança que cresceu sendo elogiado pela conduta impar. Quando já adulto, percebi que ela não era a dona da verdade, mas a verdade que ela transmitia, era benfazeja e cheia de intenções amorosas. Mesmo que tenha opinião formada, e muitas

Seus vinte e poucos

No último dia 20, alguém fez aniversário. Sim, e é uma pessoa muito especial em minha vida. Seria impossível transcrever o que de relevante fez em minha trajetória desde o não tão distante 25 de março de 2005. Mas posso apontar as coisas que me encantaram. Talvez seja um pouco convencional o fazer em prosa, mesmo não sendo minha especialidade vou tentar falar dela assim: Luz de minha vida de exuberância plena Em teu seio minha existência entrou em riste Se sem seu amparo me encontro triste Felicito-me de sua dignidade helena Meus anseios por ti retumbam Ora poia, se tu me destes outrora Aquele brio maravilhoso do presente da aurora Sem nada a querer em troca Somente o gozo da vida intensa lhe flutuam Através de seus olhos aprendi o amor Através de suas palavras aprendi a enfrentar

A primeira professora

Muitos dizem que sei de tudo, que sou uma enciclopédia ambulante, e até me apelidaram de Google. De fato, modéstia à parte, possuo um conhecimento acima da média para uma pessoa de minha idade. Sei muitas coisas dispensáveis à maioria dos seres humanos, e que em grande parte não farão diferença alguma em minha vida. Esta sabedoria me fez interessar pelas luas de saturno, os esquadrões mais poderosos das história do futebol, grandes movimentos cinematográficos, acontecimentos históricos diversos. Tenho argumento para me manter em debates sobre política, costumes, arte e até religião. Confesso que, como todo mundo, tenho uma fraqueza, a música. Mas isto é outra história. Toda esse meu currículo foi apenas para falar sobre a pessoa responsável por esta gana no saber. Alguém que adorava ser uma professora por diversão e ocasião. Um gênio, escreve como ninguém, e quando estudava era sempre a número um. Seus boletins escolares gabados aos quatro cantos por minha mãe me despertava uma inveja

Menos o Paulo que estava no mundo real

De repente me pego pensando o porquê de nossa geração ser tão estúpida. Imagino os estudantes que enfrentavam o poder da ditadura nos anos 70 e 80. E quando digo minha geração, é uma alusão mais ampla das pessoas com menos de 30, já institucionalizadas pelas ferramentas da cibercultura. Hoje crianças com 12, 13 anos não sabem, e tem raiva de quem sabe, brincar de pique-esconde, pega-pega, preferem fingir a idade e se atracar em lábios alheios pelas ruas. Nem tem a consciência de que pai e mãe não são avatares do The Sims, onde podem apenas ignorar e maltratar, ou delatar se assim achar de direito. Os adolescentes em seu auge, aqueles com os 15/16 anos, são seres bizarros que conversam um idioma próprio e fazem questão de não se misturar com pessoas que não correspondem às suas peculiaridades. Ouvir um grupinho deles conversando é muito pior do que ouvir asnos em coito. Falam barbaridades, inventam absurdos, juram inverdades, pintam o diabo com o único intuito de se dar bem, claro, com

Entrevista com o mendigo

Ele chegou e se sentou, pediu permissão para falar como fossemos eu e minha noiva autoridades daquele local. Logo que começou a falar se mostrou muito irritado com o pedinte que havia passado por nós segundos antes. “Vagabundo”, dizia em tom de revolta, reforçando com negativas com a cabeça. Puxou assunto. Começou dizendo que um homem precisa ter vergonha na cara, tinha que trabalhar. Morava na rua, mas trabalhava, não precisava pedir na da para os outros. Para provar abriu sua crteira, mostrou entre papeis amassados e notas sujas, um cartão do bolsa família. “Tenho meu dinheiro, vê se aquele vagabundo tem”. Afirmou que ajudava seu amigo, que se encontrava desmaiado no banco ao lado, que era doente, e “às vezes dá uns ataques”. Foi sincero em admitir que havia perdido tudo por causa da cachaça, pediu novamente permissão, desta vez para acender um cigarro. Enquanto tragava, falou de sua filha, e de como a degradação de sua vida através do álcool o fez morador de rua. Pediu licença, sorr