Postagens

Mostrando postagens de janeiro, 2012

Menos o Paulo que estava no mundo real

De repente me pego pensando o porquê de nossa geração ser tão estúpida. Imagino os estudantes que enfrentavam o poder da ditadura nos anos 70 e 80. E quando digo minha geração, é uma alusão mais ampla das pessoas com menos de 30, já institucionalizadas pelas ferramentas da cibercultura. Hoje crianças com 12, 13 anos não sabem, e tem raiva de quem sabe, brincar de pique-esconde, pega-pega, preferem fingir a idade e se atracar em lábios alheios pelas ruas. Nem tem a consciência de que pai e mãe não são avatares do The Sims, onde podem apenas ignorar e maltratar, ou delatar se assim achar de direito. Os adolescentes em seu auge, aqueles com os 15/16 anos, são seres bizarros que conversam um idioma próprio e fazem questão de não se misturar com pessoas que não correspondem às suas peculiaridades. Ouvir um grupinho deles conversando é muito pior do que ouvir asnos em coito. Falam barbaridades, inventam absurdos, juram inverdades, pintam o diabo com o único intuito de se dar bem, claro, com

Entrevista com o mendigo

Ele chegou e se sentou, pediu permissão para falar como fossemos eu e minha noiva autoridades daquele local. Logo que começou a falar se mostrou muito irritado com o pedinte que havia passado por nós segundos antes. “Vagabundo”, dizia em tom de revolta, reforçando com negativas com a cabeça. Puxou assunto. Começou dizendo que um homem precisa ter vergonha na cara, tinha que trabalhar. Morava na rua, mas trabalhava, não precisava pedir na da para os outros. Para provar abriu sua crteira, mostrou entre papeis amassados e notas sujas, um cartão do bolsa família. “Tenho meu dinheiro, vê se aquele vagabundo tem”. Afirmou que ajudava seu amigo, que se encontrava desmaiado no banco ao lado, que era doente, e “às vezes dá uns ataques”. Foi sincero em admitir que havia perdido tudo por causa da cachaça, pediu novamente permissão, desta vez para acender um cigarro. Enquanto tragava, falou de sua filha, e de como a degradação de sua vida através do álcool o fez morador de rua. Pediu licença, sorr