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Mostrando postagens de 2016

A Lenda de um rapaz Incomum

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Amava cinema. Uma dentre as poucas boas coisas que amava. Odiava o Zorra Total. Uma dentre as inúmeras coisas boas e ruins que odiava. Sim, é complexo, como sua trajetória, seu comportamento, capaz de sair na porrada com um colega e beber com ele horas ou minutos depois. Sempre foi assim, indomável, sem meias palavras, sem regras de etiqueta (pobres professoras) que o fizessem comum. Era incomum. Na capacidade de ser espontâneo, de jogar futebol, de ser incoerente. Se dizia cagar para o mundo, mas enxergava alguma beleza nele que fazia com escrevesse poesias em seu caderno de matemática, quase sem anotações, óbvio. Sim amigos, o mesmo rapaz que atravessava “corredor polonês” na escola, que peitava, sozinho, uma turma de valentões em uma balada, era capaz de fazer poesias, de cantarolar Cazuza, ler Dostoievski ou divagar sobre o universo e sua existência. Talvez este seja o ponto que o tornava um paradoxo humano. Uma pessoa difícil de se ler, de se entender. Até mesmo para os mais

A Cachorra e sua Menina

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Não é amizade. É amor, incondicional. Se fitam como se conhecessem há séculos, de outras vidas. Talvez seja isso. O que sentem não dá para explicar, apenas observar, e observando somos contagiados por uma energia benfazeja única. Seja no passeio pelas calçadas da cidade pacata, seja no cochilo pós-almoço de sábado, a ligação entre elas é como um conto de fadas, mas que partiu do “felizes para sempre” logo no início. Ainda que se desentendam, isso é tão breve que não se diferencia de uma das muitas brincadeiras. Aos outros, basta mesmo é observar. Não fazem questão de que gostem delas ou que aprovem sua relação. Pois só elas sabem o bem que se fazem, o carinho que se proporcionam, o alento em um coração triste ou o complemento de um momento de felicidade. É uma relação de amor em seu mais puro estado, daqueles que fazem uma deslocar pela madrugada para ver a outra, ou que a outra se plante atrás de uma porta ate que a uma retorne. Assim é, e assim será, enquanto o destino inerent

Um pouco sobre minha Mãe

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Neuza Maria da Silva tem uma vida boa hoje, compra o que quer, come o quer, fala o que quer. Mas, se contar tudo que passou para chegar a sua pacata vida no vilarejo de Manejo, em Lima Duarte, talvez dê um livro. Mas, vou tentar resumir um pouco segundo seus próprios relatos.  Neuza sempre foi trabalhadora, e aos 9 anos já trabalhava em casa de família, na casa de um alemão. Lá viveu algumas experiência que a ajudariam a se tornar um futura mulher forte e aguerrida. A primeira delas foi um acidente de carro, do qual até hoje carrega uma cicatriz, que, toda vez que a olho ou acaricio sinto um certo temor por ter sido impedido de ser seu filho pela imprudência de um motorista bêbado. Dormia em uma cama com suas duas irmãs e uma adorável porquinha. Na alta juventude, foi morar no Manejo com sua irmã mais velha, bem mais velha aliás, a qual considerava como uma mãe, já que esta a deixou ainda em sua tenra idade. Nessa época conheceu o João, sujeito malandro metido em uma calça b