Réquiem para um Cão
Era mais do que um mero animal. Um irmão, aquele mais novo que não tive humano. Desde o distante 1º de abril de 2001 em que apareceu à trote curto e assustado atrás de meu pai, Nego se tornou mais que um bichinho de estimação. O cachorro preto e esguio venceu a desconfiança da matriarca, que sempre criava algum rebu quando adotávamos algum pobre animalzinho, e virou uma espécie de capanga canino do Seu João, meu pai. Aonde ia João, lá estava Nego. Nas pescarias nas quais faltava peixe, mas não animação, o cão montava guarda para evitar qualquer intempérie que a fauna ribeirinha pode causar a um ser humano. Em pouco tempo se tornou o melhor amigo de meu pai. Eram inseparáveis! Quando um aparecia, lá vinha o outro atrás. Se não era tratado a pão de ló, sua refeição dominical tinha frango e maionese. Três anos depois, já havia quebrado o recorde de convivência em nossa casa. A maioria de nossos animais de estimação ou morriam na BR-267, que corta os fundos de nosso terreno, ou na covard...