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O feliz aniversário do Pato-rouco

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Nunca tive uma festa de aniversário quando pequeno. Nunca experimentei aquela adrenalina que deve ser para uma criança esperar o momento de reunir a galerinha em brincadeiras mil, se empanturrar de doces e salgados, e assoprar as velinhas. Ah, como sonhei em assoprar as velinhas acompanhado do “é big, é big, é hora, é hora, rá-tim-bum”. Mas não tive a sensação. Primeiramente pela condição socioeconômica insuficiente, e depois pela inconveniência de se nascer entre o natal e o ano-novo. Quando surgia a possibilidade de uma comemoração, vinha o “vamos comemorar junto com a ceia”. Balela que uma criança não engole, de jeito nenhum. E os presentes? Bem, quando ganhava era para os dois. Aceitava, óbvio, mas ressentia, pois no dia 30, neca de catibiriba. Além de tudo, meu pai nunca estava presente, só chegava no dia 31, à tarde, sem mesmo a possibilidade de ouvir sua voz pelo telefone me felicitando. Minha mãe fazia o que estava a seu alcance. Comprava um frango fiado, fazia uma maionese ...