Admirável Jornalismo novo

No mundo digital, os parametros do jornalismo se tornaram maiores em termos de produção e distribuição de informação. O que muitos julgam como uma hecatombe na qualidade do processo, o doutor em jornalismo e professor e pesquisador da Universidade Federal da Bahia, Elias Machado, em sua tese “O ciberespaço como fonte para os jornalistas” , mostra que mesmo com seus problemas, a web pode auxiliar o profissional, desde que utilizado de forma correta. O principal suporte oferecido pelas redes telemáticas que geralmente são utilizados pelos jornalistas são os dados numéricos, ou seja, os índices quantitativos e gráficos. Neste caso este auxilio digital instaura um banco de dados virtual no qual é possível checar ou comparar informações recolhidas por quaisquer fontes. Em contrapartida, a difusão de uma quantidade ilimitada de material pode comprometer a confiabilidade. O jornalista afirma que “A estrutura descentralizada do ciberespaço complica o trabalho de apuração dos jornalistas nas redes devido a multiplicação das fontes sem tradição”. Mesmo assim, o uso dessa ferramenta é cada vez mais presentes nas redações. Essa convergencia de informações implica em uma inversão no modo de se fazer jornalismo. A materia-prima que originava uma pauta poderia conter apenas uma frase ou comentária de uma pessoa ou autoridade, cabia ao repórter buscar algo a mais que pudesse o auxiliar e complementar seu material para assim conceber uma reportágem, o que tornava a tarefa mais trabalhosa. No jornalismo digital, as ferramentas permitem que o jornalista se prepare para a reportagem em menos tempo e com muito mais informações adicionais. Porém, nem tudo é tão simples. A rede é livre para que todos possam se tornar difusores de todos os tipos de informação. Em sites de relacionamentos e blogs o indivíduo é livre para escrever o que bem entender com seu próprio ponto de vista, podendo ser ou não real o que está postado. O bom profissional deve ter fontes virtuais confiáveis, pois toda responsabilidade do que escrever será somente sua. Essa situação, evidencia a necessidade de criar leis para o auxilio dos profissionais, incluindo essas fontes digitais como responsáveis em casos de ações judiciais. Sobre isso Elias Machado afirma que “… a participação do usuário enquanto fonte ou coloborador revela a necessidade deuma atualização dos códigos de ética profissional com a definição dos direitos e deveres dos usuários como fontes”. Contudo, o que mais preocupa o meio jornalistico é o futuro. A possível substituição de repórteres convencionais pelas fontes digitais causa um certo medo entre os profissionais. O jornalismo pode se limitar apenas a um editor, que vasculhará a web atrás dos produtores de notícias e receberá tudo em seu notebook, organizando e passando à diagramação e publicação. Porém isso tudo pode ser adaptado a um novo sistema, sem danos ou perdas à profissão, basta aceitar que existe esse jornalismo digital, mas nunca deixar a boa e velha apuração presencial desaparecer.

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