A primeira vez ninguém esquece
Ah! A primeira vez. Pode parecer
clichê, frase feita que sai naturalmente, mas mesmo piegas, é a mais pura
verdade. Dia desses estava me lembrando da minha, há 9 anos atrás. Sim, já
estava bem atrasado em relação a alguns colegas. Inventava que já havia
acontecido, que era maravilhoso, coisa e tal. A verdade é que só ficava na
imaginação. Quebrava o galho com a TV, me ajudou muitas vezes tarde da noite,
supria minha necessidade. Mas a verdade é que ainda não tinha chegado lá, e
morria de inveja de meus colegas contando de suas experiências maravilhosas.
Torcia o nariz, ficava aborrecido, desdenhando e mentindo. Mas por dentro me corroia
de vontade. Mas me entendam, na roça não era fácil conseguir uma oportunidade,
lá sequer tinha lugar para conseguir o que eu queria.
Eis que surge a grande
oportunidade. Estava no ensino médio, e lá me sentia o tal. Mesmo sem nunca ter
experimentado, a TV já me dava conteúdo para discutir sobre o assunto, até com
certa autoridade. E foi em uma excursão para Juiz de Fora organizada por um de
meus professores foi que surgiu minha grande oportunidade. Era o dia, iria ser
a primeira vez, ninguém iria atrapalhar, já que estava marcado meu encontro com
ela. E olha que estava na presença de gente que não era de meu convívio, uma
turma diferente da minha, mas não poderia perder a oportunidade e encarei mesmo
assim. Quando cheguei no lugar que iria me encontrar com ela senti um arrepio
que me subiu pela espinha e pousou sobre meus olhos. Sentado, esperando o
encontro que mudaria minha vida não consegui seque fazer um lanche, coisa que
sempre faço atualmente.
Eis que ela apareceu, iluminou meus
olhos ao ponto de escorrer uma solitária lágrima no canto dos olhos, ou seria
emoção mesmo? Só sei que fiquei o mais perto possível dela. Queria vê-la,
ouvi-la, sentir aquela experiência nova como se fosse a última. Passado o
nervosismo inicial, comecei a apreciá-la de forma mais segura, crítica. Percebi
que tudo o que já havia aprendido na TV naquele momento já estava me ajudando a
compreender tudo o que se passava. Seu nome era Olga, e para te falar a
verdade, não foi lá grande coisa, mas não era de se jogar fora. Ela vai estar
sempre presente nas minhas lembranças.
Sim, por que a primeira vez ninguém
esquece, e quando saí do cinema aquele dia, tinha a certeza que não seria a última
vez que a sétima arte estaria presente em minha vida através daquela tela
gigantesca. Foi paixão à primeira vista e que jamais esquecerei, até o último
dia da minha vida.
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