Do pai e do filho
De todos os nomes, agradáveis ou
não, que meu pai foi chamado, avô, vô e vovô não estavam entre elas. Há
exatamente 14 anos ele deixava o mundo sem ter experimentado a sensação de
jogar sua netinha para cima, pegar o netinho pela mão e levá-lo ao jogo do
Manejo. Não pode fazer dela uma fanática pelo Flamengo, e nem ter feito dele um
camisa 10 de arrancar seus gritos eufóricos da arquibancada. Não soltará seus
foguetes de três tiros quando ela passar no vestibular, e nem dará conselhos a
ele quando conseguir seu primeiro emprego. Não, ele não estará lá. Não da forma
que sempre cobramos que seja.
Mas aí que entra seu filho.
Cinquenta por cento de sua essência. Se formos compararmos em termos de
generosidade, aposto em uns 75 por cento. Sim, meu irmão será o pai que meu pai
foi para ele. Será gentil, educará sem rispidez ou palmadas. Fará tudo o que
for possível para que não lhe falte nada e será um fã incondicional de todas as
atividades que praticar. Dirá a todos que seu filho é o melhor filho, que
entende de coisas do qual não entendia em sua idade. E quando aparecer o erro,
estará lá para garantir que não se repita.
Por que tenho certeza? Por que
meu irmão é a síntese do que meu pai foi. Com seus erros e acertos sabe doar o
que tem de melhor para as outras pessoas sem querer nada além de um sorriso ou
uma boa companhia. E esse bebê um dia saberá das histórias, das peripécias e
das proezas que seu avô fez para que seu pai fosse o melhor que poderia ter. Um
dia terá orgulho do avô que nunca conheceu pessoalmente, mas sempre carregará
no coração!
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