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Mostrando postagens de 2017

O feliz aniversário do Pato-rouco

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Nunca tive uma festa de aniversário quando pequeno. Nunca experimentei aquela adrenalina que deve ser para uma criança esperar o momento de reunir a galerinha em brincadeiras mil, se empanturrar de doces e salgados, e assoprar as velinhas. Ah, como sonhei em assoprar as velinhas acompanhado do “é big, é big, é hora, é hora, rá-tim-bum”. Mas não tive a sensação. Primeiramente pela condição socioeconômica insuficiente, e depois pela inconveniência de se nascer entre o natal e o ano-novo. Quando surgia a possibilidade de uma comemoração, vinha o “vamos comemorar junto com a ceia”. Balela que uma criança não engole, de jeito nenhum. E os presentes? Bem, quando ganhava era para os dois. Aceitava, óbvio, mas ressentia, pois no dia 30, neca de catibiriba. Além de tudo, meu pai nunca estava presente, só chegava no dia 31, à tarde, sem mesmo a possibilidade de ouvir sua voz pelo telefone me felicitando. Minha mãe fazia o que estava a seu alcance. Comprava um frango fiado, fazia uma maionese ...

No Dia dos Pais sempre teve Frango!

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No Dia dos Pais sempre teve frango. Raramente meu pai deixava de comer um "tira-gosto" nos domingos em que estava presente em casa. Mesmo sem dinheiro ou crédito, lá estava o frango, o "figuinho", a moela ou qualquer outro tipo de carne que pudesse conseguir. O domingo para ele era especial. Acordava cedo, se ocupava com algum afazer da casa, como capinar o terreiro. Parecia adorar tanto quanto eu odeio. Logo após já estava na casa de sua mãe. Jamais deixou de comparecer lá ao menos para lhe tomar uma "bença". Aí vinha os amigos, o boteco, a bebida, mas não o suficiente para evitar que voltasse para casa a tempo de pegar o almoço quentinho e o "tira-gosto" saboroso no ponto. Depois tinha o cochilo. Inevitável. Porém, nunca tempo demais para que perdesse o jogo do Flamengo na TV, o do primeiro time do Manejo lá no campo. Domingo era seu dia. À noite chegava em casa cedo. Comia a comida requentada do almoço, obviamente com aquele restinho do ...

De Brokeback Mountain à Coxinha: Histórias de Meu Irmão

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Bem, falar coisas boas do meu irmão é chover no molhado. Prefiro focar em uma coisa que ele é uma unanimidade: construir histórias impagáveis. Puxei da minha mente algumas das melhores. Espero que gostem! VOVÔ E A PEDRA Sabidamente o Éder (sim, só chamo ele de seu nome verdadeiro!) era o mais terrível dos filhos de Dona Neuza, com peraltices de deixa-la de pele branca (apesar de médicos dizerem ser vitiligo). Meu avô andava impaciente com as constantes brigas de seu neto com Lilinho, o antagonista da primeira infância do pequeno Éder. Dia após dia era o mesmo “toma conta desse menino, tá na rua brigando de novo”. Minha mãe, entre safanões e chineladas não dava conta. Pobrezinha. Um dia o endiabrado se encantou com um estilingue (atiradeira no bom manejês) e dando de ombros às ameaças de mamãe, mandava pedras em direção à rua de baixo, sem se importar a quem iria alvejar. Para seu amargo azar, seu avô fazia a caminhada da tarde, e segundo confiáveis testemunhas que bebiam tra...

Sabe, não sei

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Não sei se é por causa do sorriso límpido de alguma bobeira que faço; Não sei se é por causa dos olhinhos levemente inchados após acordar; Não sei se é por causa da felicidade que tem em abraçar sua cadela; Não sei se é por que solta pum perto de mim e não disfarça; Não sei se é por que adora acordar cedo e ir trabalhar; Não sei se é por que está sempre me dando conselhos sensatos; Não sei se é por que gosta de assistir musicais comigo; Não sei se é por causa do seu dedão do pé engraçado; Não sei se é por que adora conversar com seu avô; Não sei se é por que não ri pra qualquer um; Não sei se é por que faz cara de tédio quando começo a falar de coisas chatas; Não sei se é por que torce para o Flamengo; Não sei se é por que fala com vozinha de criança quando quer cafuné; Não sei se é por causa que  implica comigo em um sábado à tarde; Não sei se é por que não consegue ver filme de cachorro sem chorar; Não sei se é por causa do seu chinelo do Mickey M...